
Um exemplo mais atual são os livros sobre como proteger o seu micro do ataque de um hacker. Esses livros terminam indicando para o leitor de má índole portas de acesso ao computador alheio.
Querem mais um exemplo? Tenho um livro chamado Contra-ataque – para vencer a guerra contra o terrorismo, este se propõe a debater o problema do terrorismo e indica medidas de contraterrorismo. A iniciativa é boa, porém, também ensina como esconder um dispositivo de lançamento de foguetes em um carro, ensina como o tanque de combustível de um carro-bomba deve estar para que a explosão seja bem-sucedida, ensina a escolher alvos, entre outras coisas. Eis aí uma cartilha de terrorismo.
Fica a pergunta: o que fazer quanto a isso? Sinceramente, eu não tenho uma resposta. Talvez um pouco mais de cuidado da parte dos escritores e editores. É possível indicar qual fechadura é a mais segura sem ensinar como arrombar as outras.
Há quem sugira a proibição de livros assim. Discordo e, automaticamente, lembro-me do embargo que a ONU impôs ao Iraque antes da guerra que depôs Saddam Hussein. Entre os produtos que esse país não podia importar, estavam lápis e canetas. Isso mesmo, lápis e canetas! Temia-se que a tinta ou a grafite fossem utilizadas na fabricação de armas químicas. A ONU optou pela proibição, a solução mais simples, e quase fez com que toda a população de um país voltasse ao tempo das tábuas de argila. Sorte dos iraquianos a penicilina não poder ser usada para a fabricação de armas biológicas.

5 comentários:
Hahahaha, eu pensei que era um ninja na foto! kkkk
Não é à toa que o FBI é a melhor escola para os terroristas!!!
Hahaha! Queria uma foto diferente para este post, mas não sabia que meia-calça na cabeça incomodava tanto, rsrs.
Abraços!
Lembro de você pelos corredores da UFPE com a sua cartilha do terrorismo. Que bom que com ela vc fabrica artigos legais de ler como esse e não bombas com as canetas proibidas pela ONU... HIhihi! Seu texto traz uma noção defendida por Terry Egleaton sobre o que é literatura: "uma questão tanto do que os textos fazem com as pessoas quanto do que as pessoas fazem com os textos"; Muito bom. Vou visitá-lo sempre, Ricardo Barreiros!
Ari, você será sempre bem-vinda neste blog! Adorei o seu comentário. Faz tempo que não leio nada do Terry Eagleton, acho que desde a faculdade (tirei férias da teoria literário, mas não da literatura).
Abraços!
Puxa, minha futura dissertação - se tudo der certo - parte dessa premissa! ;)
E se nada der certo, a opção de virar hippie prevalece!
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