Maria Fernanda Rodrigues - O Estado de S. Paulo
Bienal: editoras deixam de pagar para ver
Todos os anos, novas editoras montam pela primeira vez seus estandes na Bienal do Livro de São Paulo enquanto outras, por motivos variados, deixam de participar.
A Cosac Naify, em reestruturação, não estará na edição deste ano, de 9 a 19 de agosto, por não considerar a feira, no momento, o canal mais adequado de contato com o seu público.
A carioca Paz e Terra, que participava sem regularidade, também não virá. A Rideel, de livros jurídicos e infantis, resolveu investir mais na venda porta a porta e desistiu da feira.
Mas o que chama mesmo a atenção é a decisão do grupo Summus, que já tinha reservado 60 m² e recuou. Raul Wassermann, o dono, disse que há tempos pensava nisso. "Sempre encaramos a Bienal como um investimento de marketing e divulgação e não como um negócio. Ali, podíamos mostrar tudo o que produzíamos e que a livraria não conseguia expor", diz.
Mas a relação dos leitores com o livro mudou com o e-commerce. "É uma decisão de coragem porque a Bienal é uma coisa tão íntima e ligada a nossa história, mas este ano não vou pagar para ver", comenta Wassermann, que com a decisão vai economizar cerca de R$ 150 mil.
A editora, porém, não vai deixar o leitor que visitaria seu estande a ver navios. Em agosto, seus livros estarão com 30% de desconto nas grandes redes de livrarias. "A Bienal é a grande festa do livro e é sempre uma perda não ter todos lá, mas entendemos que cada editora tem seu momento", diz Mansur Bassit, diretor executivo da Câmara Brasileira do Livro.
Tamanho e formato
A Federação Espírita Brasileira, tradicionalmente dona de um dos maiores estandes da feira, não chegou ao extremo como a Summus, que deixa de participar da Bienal depois de 34 anos, mas ocupará área 40% menor. "Optamos por um estande de 300 m² após um estudo de viabilidade e custo-benefício", explicou Geraldo Campetti Sobrinho, vice-presidente da FEB.
Nenhum comentário:
Postar um comentário