“A simplicidade é o último degrau da sabedoria”
جبران خليل جبران [Gibran Khalil Gibran]
A poesia e a sabedoria já aparecem em seu nome que, com harmonia, intercala o som duro e vibrante de “gibran” [o fortalecido por Deus] com a suavidade e doçura de “khalil” [o amigo íntimo].
Gibran nasceu no Líbano, o País dos Cedros, no ano de 1883. A sua poesia tem a cor local, mas conversa com qualquer leitor, de qualquer época ou lugar, pois fala de valores universais como amor, amizade, vida, morte, fé...
Gibran escrevia em forma de parábolas, o que dá ao seu texto um tom de mistério e provoca momentos de reflexão – como os melhores textos do Oriente. E quando pensamos que descobrimos a mensagem oculta no texto, basta insistir mais um pouco e descobriremos algo ainda mais profundo, ainda mais escondido entre as palavras. Bem... é como no xadrez: se você encontrou uma boa jogada, é porque não se esforçou o suficiente para achar a jogada excelente.
Gostei de tudo que li dele, mas posso recomendar, em ordem de preferência, três livros em especial: O louco, Asas partidas e O profeta. Além de escritor, Gibran também se dedicou às artes plásticas e alguns de seus livros contam com desenhos feitos por ele.
Infelizmente, quando ouvimos falar do Oriente Médio, fica mais forte a questão das guerras e dos conflitos.
O Líbano de Gibran sofreu na década de 1980 com uma longa guerra civil. Guerra semelhante a que hoje está acontecendo na Síria. E me pergunto: quantos Gibrans já não podem ter morrido nesses conflitos?
Com pesar, lembro-me do terrível destino do movimento artístico alemão conhecido como Der Blaue Reiter (O cavaleiro azul) – cujo maior expoente foi o pintor Franz Marc, quem muito admiro por suas cores vivas e por conseguir fazer do cavalo um animal ainda mais bonito –, esse movimento foi extinto pela sangrenta Primeira Guerra Mundial, que matou ou exilou os seus artistas. Hélas! Todo um movimento artístico exterminado pela guerra.
O pintor Franz Marc, aos 36 anos, foi abatido em campo de batalha por um obus. Com ele, foi encontrado um caderno com 36 desenhos e uma carta para sua esposa em que dizia que, após o final da guerra, transformaria os desenhos em pinturas. E outra vez um hélas escapa da garganta.
É triste começar um post falando sobre poesia e terminá-lo falando de guerra.
O cavalo azul (Franz Marc, 1911) |
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