sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Desculpe, mas estou chocada!

Nada é tão ruim que não possa piorar. Entre tantas tragédias de que tomamos conhecimento diariamente, uma notícia acachapante conseguiu nos deixar ainda mais perplexos nesta semana. Um garoto, de apenas dez anos, atira na professora e, ato contínuo, suicida-se. Tudo isso dentro da sala de aula de uma escola em São Caetano.

Uma sociedade que abriga esse grau de horror está mortalmente doente. Quando falamos de adolescentes de 15, 16 anos, ainda tentamos buscar os motivos e explicações mais óbvias para os casos. Mas quando se trata de um crime cometido por uma criança, ficamos impotentes.

Questionamos sempre a violência na televisão, nos filmes etc. O máximo de violência à qual eu e minha geração tínhamos acesso eram os divertidos filmes gênero capa-espada e as investidas meio cruéis de Moe contra os irmãos, Larry e Shemp, na série Os 3 patetas. Eventualmente, um crime hediondo publicado na mídia paralisava a nação. O valor da vida ainda não havia sido banalizado.

Atualmente, o que era exceção virou cena cotidiana. Porém, um ato dessa espécie, praticado por uma criança, há que se pensar.

Seria o caso da recorrente questão de Rousseau, o homem nasce bom e a sociedade o perverte, ou a de Hobbes, os seres humanos no estado de natureza são inerentemente brutos e isso só é sanado pelo bom governo? A sociedade é civilizatória ou, na verdade, corrompe seus elementos?

Talvez, um caminho mais curto, enquanto se debate a questão, seja um comprometimento maior dos pais quanto ao conteúdo de acesso dos filhos: na tv, na internet, nos cinemas. E também, o conhecimento dos locais frequentados por eles e as companhias escolhidas.

A violência é tamanha que não sabemos identificar, nos dias de hoje, quem é potencialmente um assassino ou criminoso. Pode ser o marido que mata a mulher, o tio que estupra a sobrinha, o garoto que entrega pizzas ou ainda the next door’girl.

Por isso, o temor constante. É a tal história, quem não tem medo morre uma vez, quem tem, morre todo dia.

Até o próximo post. Como diria o querido Caio Fernando Abreu: vou ali tentar ser feliz e já volto.

Um comentário:

Cristina Casagrande disse...

Nas aulas de literatura infantil tenho aprendido que há uma grande diferença entre criança e infância. Talvez essa criança nunca tenha tido ideia do que é a infância...

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