quarta-feira, 20 de junho de 2012

Dicas para escritores

A escritora canadense Margaret Atwood escreveu uma lista engraçada de dicas para escritores. Apesar de ainda não ter lido nenhum trabalho dela, eu gostei tanto da lista que resolvi reproduzi-la aqui:

1 Pegue um lápis para escrever em aviões. Canetas vazam. Mas pontas de lápis quebram e você não pode apontá-las no avião, pois não pode levar facas com você. Assim: pegue dois lápis.

2 Se as pontas dos dois lápis quebrarem, você pode apontá-los grosseiramente com uma lixa de unha de metal ou vidro.

3 Leve algo em que escrever. Papel é bom. Em um bloco, em pedaços de madeira ou no seu braço dá para usar.

4 Se estiver usando um computador, sempre proteja os textos novos com um pendrive.

5 Faça exercícios para as costas. A dor distrai.

6 Prenda a atenção do leitor. (Isso provavelmente funcionará melhor se você conseguir prender a sua atenção.) Mas você não sabe quem é o leitor, assim, é como atirar em peixes com um estilingue no escuro. O que fascina A vai entediar B até a morte.

7 É bem provável que você precise de um dicionário de sinônimos, uma gramática rudimentar e uma noção de realidade. Esta última significa: não existe almoço de graça. Escrever é trabalho. Também é uma aposta. Você não tem um plano de pensão. Outras pessoas podem ajudá-lo um pouco, mas, essencialmente, você está por conta própria. Ninguém o está forçando a isso: foi sua escolha, não reclame.

8 Você nunca pode ler seu próprio livro com a expectativa inocente que vem com aquela deliciosa primeira página de um novo livro, porque você o escreveu. Você esteve nos bastidores. Você viu como os coelhos foram colocados às escondidas no chapéu. Assim, peça a um amigo ou dois, que gostem de ler, para darem uma olhada no texto antes de mandá-lo para qualquer pessoa do mundo editorial. Esse amigo não deve ser alguém com quem você tenha um relacionamento amoroso, a menos que você queira terminá-lo.

9 Não se sente no meio da floresta. Se estiver perdido no enredo ou sofrendo um bloqueio, refaça seu caminho até o lugar onde errou. Depois, pegue a outra estrada. E/ou mude de pessoa. Mude o tempo verbal. Mude a primeira página.

10 Rezar pode dar certo. Ou ler outra coisa. Ou uma visualização constante do Santo Graal que é a versão finalizada e publicada do seu resplandecente livro.

Foto: Wikipedia

3 comentários:

Anônimo disse...

Já li bastante coisa da autora (ela faz uma ficção feminista bem bacana), mas o meu favorito dela é o Assassino Cego. Vale mto a pena.

Chris Menezes disse...

Gosto muito do texto dela. Fora o ótimo Assassino cego, eu recomendaria A noiva ladra. Muito bom!

bjs

Sandro Madaleiro disse...

Dicas inúteis. Ela fala mais de como se preparar para escrever do que o processo criativo em si. Falar que é necessário um papel para escrever é demais. Cheguei até a pensar: "e o que mais? vai me dizer que é necessário escrever com as luzes acesas?!". Tenho dito.

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