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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Novo selo só de e-books da Cia das Letras

A Companhia das Letras anunciou que lançará um novo selo, apenas com e-books: Breve Companhia.
 
Abaixo, copio a apresentação desse novo selo publicada pela editora em seu blog:
 
"Tirando proveito de uma dessas invenções dos nossos frenéticos tempos, o livro eletrônico — a que todos aqui já nos rendemos, até por dever de ofício —, a ideia é oferecer edições que só o formato digital permite e viabiliza: ebooks mais enxutos, ensaios decisivos para leitores interessados e estudantes universitários, boa e curta ficção — como novelas e coletânas de contos —, poesia, além de textos de reflexão e reportagens ampliadas sobre grandes temas. Porque é preciso estar bem equipado para compreender o rumo dos acontecimentos, e se for possível fazer isso em pouco tempo, tanto melhor! História social, estudos literários, jornalismo aprofundado, comentário político: tudo isso nos ajuda a captar e a entender melhor os múltiplos sinais do mundo.

A onda de manifestações no Brasil vai render, nas próximas semanas, os dois primeiros ebooks da Breve Companhia. O destemido e informadíssimo Piero Locatelli, o jovem repórter que chegou a ser detido pela polícia paulista enquanto cobria uma das gigantescas manifestações populares (portando, que crime, um frasco de vinagre!), está preparando um volume sobre a origem desses movimentos, as grandes histórias das manifestações das últimas semanas, além de tentar entender o que está em jogo.

Um dos principais observadores da política brasileira, o professor da Unicamp Marcos Nobre será o autor da outra obra sobre o tema, que deve ser lançada até o fim deste mês. Em veia mais ensaística, Nobre atribui a revolta popular a um impasse em curso desde a redemocratização. Os protestos seriam uma resposta difusa à cultura política do “pemedebismo”, por ele definido como uma blindagem do sistema político que represa o avanço de forças de transformação."
 

terça-feira, 18 de junho de 2013

Antologia de poemas sobre protestos no Brasil circula na internet

Uma antologia de poemas inspirados nas manifestações que vêm acontecendo no Brasil está disponível na internet.

Organizada pelo grupo Os Vândalos, a obra, chamada Vinagre: uma antologia de poetas neobarracos, pode ser lida aqui.

Reproduzimos alguns dos poemas:




ELE SE pergunta
onde dará essa estrada
Não sabemos
se podemos trafegar ao infinito
Não sabemos
se somos
livres
porque não estamos
enclausurados

E ainda sem saber
nos lançamos
juntos
Sabemos
pela rua, no asfalto
entre palavras fugitivas
infratoras
desatadas de seus esconderijos
das paredes de suas cascas

Carla Kinzo


COROLINDO

(em paz)
o povo
acordou,
(no caos)
o povo
a cor deu

Baga Defente


OMNIBUS

a rua não está parada
a rua é
quem na rua anda
a pé

Dimitri Rebello


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Lembram-se da campanha que vai colocar livros doados em cestas básicas? Falamos dela aqui:

A data de início das doações foi divulgada: 26/02.
Separem seus livros!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Paquistão??!! É de comer?


Duelo é um livro para aquelas pessoas que gostam de saber o que está acontecendo no mundo, para aquelas que olham para um horizonte que vai além do próprio bairro.

O renomado jornalista Tariq Ali nos oferece a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o seu país de origem, o Paquistão. Este faz fronteira com China, Índia, Irã e Afeganistão e é o único país muçulmano a possuir um arsenal atômico (pelo menos até agora). Seu valor estratégico é indiscutível, mas será que nosso conhecimento em relação a esse país faz frente ao seu grau de importância?

O livro traz vários fatos interessantes; alguns beiram a curiosidade, como é o caso do nome do país (Pakistan, do original em inglês), criado pelo estudante Chaudhry Rhamat Ali da seguinte forma: P = Punjab; A = Afeganistão; K = Kashmir (Caxemira) e S = Sind*.

Outros fatos beiram os filmes de espionagem, como a história de Aimal Kansi, ex-agente da CIA que lutou contra os russos no Afeganistão. Após a guerra, o seu salário foi cortado e isso fez com que ele se sentisse traído. Em 1993, viajou para Virginia, foi até Langley e ficou de tocaia com um rifle de longo alcance, matou dois agentes da CIA, incluindo o seu antigo chefe, e feriu vários outros. Conseguiu fugir para o Paquistão, realizou um atentado contra Benazir Butho até ser capturado, extraditado e condenado à morte nos EUA.

E já que eu falei sobre a Benazir... uma das coisas que mais me surpreendeu no livro foi a revelação dos escândalos de corrupção envolvendo Benazir Butho e seu marido. A elegante senhora que a mídia ocidental apresentou como uma heroína respondia a processos de lavagem de dinheiro em três países europeus: Suíça, Espanha e Grã-Bretanha. Isso não chega até nós, não é mesmo?!

O livro conta essas histórias nas entrelinhas de uma grande retrospectiva político-histórica que vai do momento da criação do Paquistão até os problemas que o país enfrenta nos dias de hoje.
Em poucas palavras, esse é um livro para quem gosta de conhecer culturas diferentes e sabe que o mundo é formado por mais de um hemisfério.


*P.S: Deve ser muito bacana batizar um país. Imagino Chaudhry conversando com os amigos: “você se lembra daquele dia que estávamos voltando para casa e eu tive a ideia de batizar o nosso país?”, ou “ela terminou comigo dois anos antes de eu batizar o Paquistão”, ou ainda “gostei muito do tempo de faculdade, tirei boas notas, conheci muita gente interessante, batizei um país... é, foi legal”, rsrs!


O autor, Tariq Ali

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Juiz manda recolher livros eróticos no RJ

Entre ontem e hoje, muita gente da blogosfera está questionando a decisão desse juiz.
No final da matéria, eu deixei a minha opinião.

A livraria Nobel de Macaé, a 182 quilômetros do Rio de Janeiro, recebeu na segunda-feira (14) a visita de dois policiais e de dois comissários da Segunda Vara de Família, da Infância, da Juventude e do Idoso do município. A ordem era recolher livros com conteúdo impróprio para menores de 18 anos que não estivessem em embalagens lacradas. “Foi um constrangimento horroroso. Em momento algum houve um interesse em nos orientar”, disse o proprietário Carlos Eduardo Coelho.

A ordem de serviço do juiz Raphael Baddini de Queiroz Campos, assinada dia 11, apóia-se no artigo 78 do Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990. “O ECA determina a forma de comercialização desse material, que deve ser lacrado”, comenta o juiz. Ele não espera que sua iniciativa de fiscalização seja tomada como exemplo. “Não temos intenções outras quando cumprimos a lei. Estamos protegendo as crianças e adolescentes de Macaé.”

Obras com conteúdo pornográficos sempre foram vendidas, mas ficavam em seções especiais. Agora, com o fenômeno da trilogia 50 Tons de Cinza, de E. L. James, citada pelo juiz no documento, esses livros são folheados na entrada das livrarias do mundo todo.

Curiosamente não havia um único exemplar de James na loja no dia da ação, conta o proprietário, e levaram obras de outras casas. Coelho disse que tem dez dias para se defender e pediu assessoria jurídica à Nobel. “Ele está cumprindo a lei, mas punindo uma livraria. Os livros não são meus; são consignados pela editora. Não posso lacrá-los ou colocar etiqueta. Isso deve vir da editora.”

A Intrínseca, que publica o best-seller de James, e a Câmara Brasileira do Livro só vão se pronunciar quando forem informadas oficialmente da questão.

Por Maria Fernanda Rodrigues
Estadão Conteúdo

Na minha opinião: Antes que todos digam que é censura, que um é absurdo... Eu acho que a exigência de vender materias com conteúdo pornográfico lacrados não é nada ruim. Quando trabalhei em livraria, mais de uma vez vi um Kama Sutra sendo lido escondido por crianças, nas partes da loja onde as estante ofereciam "proteção". Com certeza não é material para a idade delas. Ninguém está dizendo para não vender, apenas para não deixar acessível para crianças. Outra coisa, essa história de que a livraria não pode lacrar e tem que vir lacrado da editora... Conversa! Mais uma vez, quando eu trabalhei em livraria, plastificar livros era a coisa mais fácil do mundo, qualquer um podia fazer e a máquina estava sempre à disposição.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Catadora cria biblioteca com obras encontradas no lixo no interior de SP


A notícia é um pouco antiga, de novembro do ano passado, mas achei muito inspiradora e resolvi compartilhar! :)

A catadora de recicláveis Cleuza Aparecida Branco de Oliveira, 47, sempre cultivou o sonho de ter uma biblioteca em sua casa, em Mirassol (455 km de São Paulo). Apaixonada por leitura, queria poder emprestar livros a pessoas sem condições de comprá-los.

De tanto ver obras jogadas no lixo de escritores como Machado de Assis, José Saramago e Érico Veríssimo, Cleuza, então semianalfabeta, passou a lê-las e pôde, neste ano, realizar seu sonho.

Foi guardando livros e inaugurou a biblioteca não em casa, mas na associação de catadores, da qual participa, localizada no centro de triagem do lixo.

O acervo já conta com 300 títulos. Criado e administrado por 11 catadores, o espaço tem um canto de leitura, uma brinquedoteca, uma área para discos, brechó e, claro, os livros.


Cleuza Branco de Oliveira na cooperativa.
Augusto Fiorin/Folhapress

A biblioteca não cobra pelo empréstimo das obras, mas quem quiser comprá-las -há títulos repetidos-, paga R$ 0,50 por livro. A renda vai para a própria associação. O local também faz trocas.

"Não tem burocracia e não precisa preencher nada. Alguns levam para casa e outros optam por ler no próprio barracão", afirmou o biólogo Luiz Fernando Cireia, 31, incentivador e usuário do projeto.

Empresas de Mirassol também têm feito doações, que vão possibilitar, inclusive, a ampliação da área, de acordo com Cleuza.

Com salário de R$ 500 mensais, os catadores terão um pequeno acréscimo de renda, ainda não calculado, graças à venda de alguns títulos.

Mas Cleuza garante que o objetivo não é financeiro, é dar aos colegas a oportunidade de ler esses livros.

Augusto Fiorin
Folha de S.Paulo

terça-feira, 29 de maio de 2012

Santo engarrafamento!

No final do ano passado, em uma cesta de livros descartados, encontrei uma obra magnífica. Um livro que eu não teria lido de imediato se não fosse por um engarrafamento na Av. Paulista (santo engarrafamento!). Falo aqui de Maratona. Não, não é um livro sobre esporte, o tema aqui é a grande batalha que freou o avanço do império persa em direção à Península Balcânica.

O império persa era o maior do mundo, já havia subjugado vários povos (egípcios, babilônios, bactrianos...). Já Atenas era apenas mais uma cidade-estado grega que não tinha grande importância fora daquele contexto do Mar Egeu. Porém, a história é cheia de casos “Davi e Golias” e os pequenos e bravos se agigantam diante das ameaças.

O que mais impressiona no livro são os comentários inteligentes do autor Alan Lloyd e a forma como ele conta a história dessas duas civilizações, a grega e a persa, até o momento da batalha. A parte sobre os persas chama ainda mais atenção porque é muito raro encontrar material de qualidade que fale, com detalhes e sem preconceitos, sobre esse povo.

Há muitas passagens curiosas, entre elas: a do exército persa que, após dominar o Egito, tentou cruzar o deserto e desapareceu misteriosamente, sem deixar rastros; a do soldado do exército persa que era tido como o dono da voz mais poderosa do mundo e, com um grito, conseguiu chamar os reforços que estavam muito distantes e assim salvou o seu regimento e o imperador; e, para terminar, a do mago impostor que quase usurpou o trono persa após a morte de Cambises II!

Parece ficção, mas é história (com algumas pitadas de absurdo).

Pensando cá, com os meus botões, confio ainda mais na ideia de que só sabemos se um mal é verdadeiramente um mal com o passar do tempo. Santo engarrafamento!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Desculpe, mas estou chocada!

Nada é tão ruim que não possa piorar. Entre tantas tragédias de que tomamos conhecimento diariamente, uma notícia acachapante conseguiu nos deixar ainda mais perplexos nesta semana. Um garoto, de apenas dez anos, atira na professora e, ato contínuo, suicida-se. Tudo isso dentro da sala de aula de uma escola em São Caetano.

Uma sociedade que abriga esse grau de horror está mortalmente doente. Quando falamos de adolescentes de 15, 16 anos, ainda tentamos buscar os motivos e explicações mais óbvias para os casos. Mas quando se trata de um crime cometido por uma criança, ficamos impotentes.

Questionamos sempre a violência na televisão, nos filmes etc. O máximo de violência à qual eu e minha geração tínhamos acesso eram os divertidos filmes gênero capa-espada e as investidas meio cruéis de Moe contra os irmãos, Larry e Shemp, na série Os 3 patetas. Eventualmente, um crime hediondo publicado na mídia paralisava a nação. O valor da vida ainda não havia sido banalizado.

Atualmente, o que era exceção virou cena cotidiana. Porém, um ato dessa espécie, praticado por uma criança, há que se pensar.

Seria o caso da recorrente questão de Rousseau, o homem nasce bom e a sociedade o perverte, ou a de Hobbes, os seres humanos no estado de natureza são inerentemente brutos e isso só é sanado pelo bom governo? A sociedade é civilizatória ou, na verdade, corrompe seus elementos?

Talvez, um caminho mais curto, enquanto se debate a questão, seja um comprometimento maior dos pais quanto ao conteúdo de acesso dos filhos: na tv, na internet, nos cinemas. E também, o conhecimento dos locais frequentados por eles e as companhias escolhidas.

A violência é tamanha que não sabemos identificar, nos dias de hoje, quem é potencialmente um assassino ou criminoso. Pode ser o marido que mata a mulher, o tio que estupra a sobrinha, o garoto que entrega pizzas ou ainda the next door’girl.

Por isso, o temor constante. É a tal história, quem não tem medo morre uma vez, quem tem, morre todo dia.

Até o próximo post. Como diria o querido Caio Fernando Abreu: vou ali tentar ser feliz e já volto.
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