Hoje resolvi fazer um post sobre as minhas leituras atuais. Sinto um pouco de vergonha, é como se eu estivesse tirando a roupa. Dizer o que se está lendo pode revelar muito sobre você. Mas considero todas leituras muito boas, de naturezas diferentes, então...Voilà, mes amis! Quem se animar, também pode contar nos comments o que anda lendo! ;-)
Para o deleite
Primeiro, gostaria de dizer que eu me considero lerda para ler. Será que consigo incentivar os preguiçosos assim? É verdade. Logicamente, hoje leio muito mais rápido que na época da escola, ou da faculdade. Mas ainda acho que eu sou beeeeem devagar. A não ser que seja um livro muito, mas muito instigante como o da Imaculée Ilibagiza, que já postei por aqui. Aí vai do dia para noite praticamente. Também não sou leitora de banheiro, por isso, não me considero uma boa leitora. Bom leitor é aquele que espera qualquer horinha vaga para ler, como meu pai. É que o que eu mais gosto de fazer na vida é pensar. Então, quando vi, pensei, pensei e já é hora de lavar as mãos (ia falar um momento mais escatológico, mas te poupei. Quer dizer, agora não mais. Desculpe.).
* Vida de Escritor, de Gay Talese.
Eu leio na cama, antes de dormir, todos os dias. Ou em um dia de feriado ou fim de semana na fila do Poupa Tempo, no ônibus, no sofá, ou coisa que o valha.
Gay Talese é leitura obrigatória dos estudantes de jornalismo, considerado um dos grandes mestres do new journalism (jornalismo literário). Lli alguns textos na época da faculdade por obrigação. Mas o cara é tão bacana, que, agora, é por fruição mesmo.
O que mais me deixa contente ao lê-lo é a espontaneidade como ele conta suas aventuras e a humildade de sua trajetória. Ele não era, nem de longe, o melhor aluno de inglês na escola. A vida de escritor foi simplesmente acontecendo por conta de ele dizer sim às oportunidades, e o deslumbramento pelas letras foi crescendo sem que ele percebesse, por ele se interessar pelas coisas do mundo ao seu redor.
* Cozinhando para Amigos, Heloisa Bacellar.
Antes de casar eu sempre achei a culinária um assunto interessante, mas ficava só nas ideias mesmo. Depois que me deparei temperos e panelas olhando para mim, descobri o quanto é prazerosa essa arte. Ok, não vou fugir do clichê e dizer que a falta de tempo e o cansaço cotidiano desgasta essa paixão, mas a gastronomia em si não tem culpa disso.
Para mim, uma das maiores expressões de amor é cozinhar para alguém, seja para sua família, seus amigos ou até mesmo para desconhecidos. Ao ler a introdução gorda e generosa – e não menos prazerosa – da Heloisa nesse livro, percebo melhor o quanto é importante a gastronomia na cultura humana. Aventurar-se no preparo das refeições requer dedicação, atenção (muita!), criatividade, improvisação, técnica, planejamento, preparo e generosidade.
Tudo começa com uma ideia, um convite, passa pelo mais importante, que é a união das pessoas, e termina... na parte chata: ter de lavar a louça e guardar tudo. Mas isso, a gente deixa para o marido. =)
Para não deixá-lo de lado, toda vez que cozinho costumo ler um pedacinho, nem que seja só um parágrafo. Parece bobeira, mas me faz um bem danado. Essa Heloisa deve ser uma pessoa feliz.
Para o espírito
Fui criada numa família católica, e antes que você torça o nariz, fico feliz em dizer que me sinto muito honrada por isso.
Procuro fazer um pequeno momento de meditação matutina, e o livro que estou usando para isso ganhei de meu pai recentemente:
* Filoteia, de São Francisco de Sales.
François de Sales deve ter sido um cara muito legal, embora, infelizmente, conheço muito pouco sobre ele. Mas se ele é patrono das escolas salesianas (fundadas por outro santo muito bacana, Dom Bosco) e é padroeiro de escritores e jornalistas, não tem como não gostar, não é?
Sobre o livro, considero uma preciosidade. É impressionante que alguém que já morreu há quase 500 anos escreve algo tão atual, com simplicidade e profundidade muito grandes, a ponto de parecer que ele está ali, na sua frente, falando com você.
Considero um bom livro para quem tem o desejo dessa tão almejada conquista que é falar com Deus. Como todo livro desse gênero, no começo é muita empolgação e deslumbramento, depois, o que pega mesmo é a persistência. E é nessa fase é que se costuma dar frutos, então, não desista. Pelo menos, foi isso que ele já alertou na introdução do livro. Espertinho!
* O amor que dá a vida, de Kimberly Hahn. Eu conheci a autora – pelos livros – em outro título Todos os caminhos vão dar a Roma (ou Rome, sweet Rome, em inglês, que é um título bem mais legal), escrito por ela e pelo marido, Scott Hahn. É um casal de teólogos que viviam convictamente sob a doutrina presbiteriana e, mais tarde, tornaram-se católicos.
O livro que estou lendo da Kimberly é muito interessante no que diz respeito ao planejamento familiar e aos métodos contraceptivos.
Antes mesmo de se tornar católica, ela decidiu, por meio de suas pesquisas, abandonar os métodos artificiais de contracepção. Estou no comecinho, mas estou aprendendo bastante. Como ela é uma mulher inteligente e estudiosa, é muito mais rico entender sobre o assunto. Acho que ajuda a quebrar certos preconceitos e a entender um pouco mais que ser atual não é, necessariamente, seguir modas.
Por motivos de força maior
Aqui entraria um livro de teoria literária e/ou literatura comparada qualquer. O último foi Literatura e Sociedade, de Antonio Candido. Este, eu re-re-re-re-li no mês passado e vou ler mais vezes até furar (o meu cérebro). Mas, gente, por favor, é novembro, e, agora, só no ano que vem. Feliz Natal para você também.
Neste tópico entra também:
* Duas Torres, de J. R.R. Tolkien, que estou relendo depois de mais de dez anos. Mas é como se estivesse lendo pela primeira vez. É bom ler um velho livro amigo novamente e descobrir que a gente não é mais o mesmo. E ainda bem que, nesse aspecto, me sinto uma pessoa melhor.
Logicamente, eu colocaria esse livro no deleite, mas por motivos de força maior, fica, por ora, aqui, nesse tópico mesmo. Sobre a leitura, o que mais tem me chamado a atenção, é questão a tomada de decisões. Você se vê em um impasse e errando muitas vezes, como Aragorn se viu. Mas mesmo assim, você precisa tomar uma atitude e escolher um caminho. Para tanto, é importante a reflexão. E então, uma vez decidido o seu rumo, o que resta é seguir em frente, acreditar na sua escolha e não olhar para trás.
Se você ainda não leu O Senhor dos Anéis, feche essa janela agora e vá se for ler.
Poderia escrever um pouco mais sobre cada título, mas isso pode ficar para mais adiante. Espero que tenham gostado e até a próxima!
(Afinal, acho que é um tipo de post que pode ser repetido de tempos em tempos).
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