Reproduzo aqui a matéria sobre Roth, um dos meus autores preferidos. Entre as obras elencadas faltou a minha preferida: “Pastoral Americana”, que recebeu o prêmio Pulitzer em 1998. Também não posso deixar de citar o seu famigerado alter-ego Nathan Zuckerman, que é personagem de diversos livros.
Recentemente, o norte-americano fez a seguinte declaração: “A briga com a escrita acabou.” Decidindo, assim, encerrar a carreira de escritor, pelo ônus que o ofício demanda e porque, para ele, a base de leitores está diminuindo expressivamente.
O que não é novidade para nós, pois as pesquisas recorrentes afirmam isso de forma inequívoca.
A pergunta que ele tem se colocado é: “Mais livros, para quê?
Aos 80 anos, escritor Philip Roth se revela em documentário e exposição de fotos
FRANCISCO QUINTEIRO PIRES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE NOVA YORK
O escritor americano Philip Roth diz ter "duas grandes calamidades para enfrentar", enquanto lida com as exigências da velhice. Uma é a sua morte. A outra, a sua biografia. "Vamos esperar que a primeira chegue primeiro."
A afirmação jocosa é feita na abertura de "Philip Roth: Unmasked", documentário dirigido por Livia Manera e William Karel.
Em conjunto com uma exposição de fotografias do ficcionista, o filme marca o seu aniversário de 80 anos, a ser comemorado na próxima terça.
Embora tenha cultivado por décadas um comportamento reservado, Roth decidiu expor detalhes da sua vida pessoal. Ele explica que é melhor fazê-lo agora, pois ainda pode exercer certo controle sobre a sua história.
Pelo mesmo motivo, Roth começou a colaborar com Blake Bailey, designado no ano passado para ser o autor da sua biografia autorizada.
A fama de Roth teve início em 1969, quando publicou "O Complexo de Portnoy". Além de acusado de antissemita, ele foi associado ao protagonista Alexander Portnoy, causador de escândalo por falar abertamente de sexo.
À época, era comum o escritor sair à rua e ser chamado de Portnoy. A partir dali, Roth seria confundido com os seus personagens - como o protagonista do romance "Homem Comum", um dos retratos cortantes sobre a velhice criados pelo autor.
Ele é hoje considerado o maior escritor americano vivo.
Roth revela ter cinco pessoas de confiança para quem envia os manuscritos dos seus livros. "Elas dizem as suas impressões num gravador e depois, sozinho, eu as transcrevo", explica o escritor.
Ele avalia essas opiniões e faz as revisões de pé, debruçado sobre uma mesa alta. "Estar de pé", ele conta, "libera a imaginação".
Cumps
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