Hum... síndrome do primeiro post. O maldito cursor, intermitente, nos lembrando do início do ofício. Como veia latente na têmpora do herói e, em poucos minutos, é o coração que entra nesse compasso insuportável... tipo, típico filme B, close no aparelho de hospital ligado à única testemunha... pisca, pisca, de repente o traço, uma linha...não, não, eu preciso me salvar, entrar em cena...por favor um cateter, ops, digo, uma ideia, um tema. Bomba-relógio em contagem regressiva. Ridículo, eu tenho o tempo do mundo e por que essa sensação de que, se eu não agir, tudo vai explodir? ...e esse cursor a me delatar - blefe, farsa... Disfarço, levanto, e como quem se espreguiça ensaio um descaso, finjo aquela fleuma de quem não se importa. Tomo uma coca, fumo um cigarro... Dura um segundo. Olho ressentida para tela...
Posso trapacear, um ctrl+c e ctrl+v... imagina. Mas, mesmo citando a fonte, parece gambiarra... roubando a luz dos outros, cara? Bons tempos das bolas de papel arremessadas... e depois colher uma das folhas, num átimo de arrependimento. Talvez faça sentido... como dizia Drummond, não apanhe do chão o que já está perdido. Saudosismo? Não, apenas digressões.
Então, novo começo... digito... não sei... texto de tão sério, parece ter sido escrito por alguém de chapéu... Deleto.
Madrugada. Página em branco. Se pudesse ao menos, como antes, fazer dela um aviãozinho de papel...
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