Apreciamos facilmente as coisas belas, pois elas apresentam um tipo de beleza fácil e preguiçoso, está na superfície, basta bater o olho e reconhecê-la. Porém, em alguns casos, a beleza está escondida, é necessário um mergulho em profundidade para descobri-la.
Assim ocorreu com a minha leitura de Charles Bukowski, um autor que decidi ler por indicação de Jean-Paul Sartre, um amigo de longa data, que se referiu ao velho Buk como “o melhor poeta da América”.
Em O amor é um cão dos diabos, o “velho safado” convida o leitor a conhecer as sarjetas de Los Angeles. Nesse cenário, pessoas simples, vencidas pela vida, emergem da poesia sincera de Bukowski. É ele mesmo o mais marcante dos personagens, já que o texto foi escrito de forma autobiográfica.
Para o leitor, só existem dois caminhos: ou você adora ou odeia. É um autor que não nasceu para o meio-termo... e muito menos para meias palavras.
(...)
bêbado e escrevendo poemas
às 3h15 da manhã.
algumas pessoas me dizem que sou
famoso.
o que estou fazendo sozinho
bêbado e escrevendo poemas às
3h18 da manhã.
sou tão louco quanto sempre fui
eles não entendem
que não parei de me pendurar pelos calcanhares
da janela do 4º andar –
eu ainda o faço
agora mesmo
aqui sentado
(...)
(fragmento do poema “Tão louco quanto eu sempre fui”, do livro O amor é um cão dos diabos)
3 comentários:
Era um sujo.
Hahahahahaha, a vozinha não gosta não!
Fiquei curioso, vou atrás desse livro. Adoro descrições do submundo.
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