domingo, 6 de maio de 2012

The Buk is on the table

Apreciamos facilmente as coisas belas, pois elas apresentam um tipo de beleza fácil e preguiçoso, está na superfície, basta bater o olho e reconhecê-la. Porém, em alguns casos, a beleza está escondida, é necessário um mergulho em profundidade para descobri-la.

Assim ocorreu com a minha leitura de Charles Bukowski, um autor que decidi ler por indicação de Jean-Paul Sartre, um amigo de longa data, que se referiu ao velho Buk como “o melhor poeta da América”.

Em O amor é um cão dos diabos, o “velho safado” convida o leitor a conhecer as sarjetas de Los Angeles. Nesse cenário, pessoas simples, vencidas pela vida, emergem da poesia sincera de Bukowski. É ele mesmo o mais marcante dos personagens, já que o texto foi escrito de forma autobiográfica.

Para o leitor, só existem dois caminhos: ou você adora ou odeia. É um autor que não nasceu para o meio-termo... e muito menos para meias palavras.

(...)
bêbado e escrevendo poemas
às 3h15 da manhã.

algumas pessoas me dizem que sou
famoso.

o que estou fazendo sozinho
bêbado e escrevendo poemas às
3h18 da manhã.

sou tão louco quanto sempre fui
eles não entendem
que não parei de me pendurar pelos calcanhares
da janela do 4º andar –
eu ainda o faço
agora mesmo
aqui sentado
(...)

(fragmento do poema “Tão louco quanto eu sempre fui”, do livro O amor é um cão dos diabos)

3 comentários:

Vó Maria disse...

Era um sujo.

Bárbara Menezes disse...

Hahahahahaha, a vozinha não gosta não!

Érico disse...

Fiquei curioso, vou atrás desse livro. Adoro descrições do submundo.

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