sob esse céu inoxidável
em uma praça de bairro
a desvairada de soutine
em cor e traço
roupas cobrem do corpo
o que sobrou de necessário
colhe flores eufóricas
que nascem antes de abril
depois de março
e oferece às senhoras
pombos a perseguem
e pousam-lhe na cabeça
ávidos por devorarem
as migalhas de sua memória
imagem - obra de chaim soutine
Um comentário:
Lindo o poema. Deixa uma imagem lírica de algo muito assustador, a loucura. Perder o controle do próprio pensamento deve ser como desligar-se da vida.
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