terça-feira, 29 de maio de 2012

Santo engarrafamento!

No final do ano passado, em uma cesta de livros descartados, encontrei uma obra magnífica. Um livro que eu não teria lido de imediato se não fosse por um engarrafamento na Av. Paulista (santo engarrafamento!). Falo aqui de Maratona. Não, não é um livro sobre esporte, o tema aqui é a grande batalha que freou o avanço do império persa em direção à Península Balcânica.

O império persa era o maior do mundo, já havia subjugado vários povos (egípcios, babilônios, bactrianos...). Já Atenas era apenas mais uma cidade-estado grega que não tinha grande importância fora daquele contexto do Mar Egeu. Porém, a história é cheia de casos “Davi e Golias” e os pequenos e bravos se agigantam diante das ameaças.

O que mais impressiona no livro são os comentários inteligentes do autor Alan Lloyd e a forma como ele conta a história dessas duas civilizações, a grega e a persa, até o momento da batalha. A parte sobre os persas chama ainda mais atenção porque é muito raro encontrar material de qualidade que fale, com detalhes e sem preconceitos, sobre esse povo.

Há muitas passagens curiosas, entre elas: a do exército persa que, após dominar o Egito, tentou cruzar o deserto e desapareceu misteriosamente, sem deixar rastros; a do soldado do exército persa que era tido como o dono da voz mais poderosa do mundo e, com um grito, conseguiu chamar os reforços que estavam muito distantes e assim salvou o seu regimento e o imperador; e, para terminar, a do mago impostor que quase usurpou o trono persa após a morte de Cambises II!

Parece ficção, mas é história (com algumas pitadas de absurdo).

Pensando cá, com os meus botões, confio ainda mais na ideia de que só sabemos se um mal é verdadeiramente um mal com o passar do tempo. Santo engarrafamento!

3 comentários:

Chris Menezes disse...

Bem interessante...Mas você é praticamente uma versão masculina de Pollyanna, consegue ver lado bom até no engarrafamento de São Paulo.
Cioran dizia que, olhando o caos de cima, até acontecem poucas tragédias no trânsito.

Pois é, enfrentar persas não é nada comparado a neuróticos motorizados.

bjs

Ricardo Barreiros disse...

Pollyanna e Cioran em um mesmo comentário... Voilà dois grandes extremos.
E, pensando bem, eu também prefiro enfrentar os persas rsrs!

Cristina Casagrande disse...

Oras, assuma a Pollyanna que há em você, rs.

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