Foi anunciado hoje o vencedor do prêmio Nobel de Literatura deste ano, o poeta sueco Tomas Tranströmer.
Nascido em 1931, Tranströmer publicou seu primeiro livro de poesias aos 23 anos.
"Por meio de suas imagens condensadas e translúcidas, ele nos dá novo acesso à realidade”, declarou a Academia Sueca, responsável pelo prêmio.
Infelizmente, não temos traduções de livros dele no Brasil, mas o poeta português João Luís Barreto Guimarães publicou algumas traduções de poemas de Tranströmer em seu blog, a partir da versão espanhola de Para vivos y muertos (tradução de Roberto Mascaro e Francisco Uriz). Reproduzo um deles aqui:
HISTÓRIAS DE MARINHEIROS
Tomas Tranströmer
Há dias de inverno sem neve em que o mar é parente
de zonas montanhosas, encolhido sob plumagem cinza,
azul só por um minuto, longas horas com ondas quais pálidos
linces, buscando em vão sustento nas pedras de à beira-mar.
Em dias como estes saem do mar restos de naufrágios em busca
de seus proprietários, sentados no bulício da cidade, e afogadas
tripulações vêm a terra, más ténues que fumo de cachimbo.
(No Norte andam os verdadeiros linces, com garras afiadas
e olhos sonhadores. No Norte, onde o dia
vive numa mina, de dia e de noite.
Ali, onde o único sobrevivente pode estar
junto ao forno da Aurora Boreal escutando
a música dos mortos de frio).
(1954)
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